26 agosto 2005

Incêndios, aqui vamos nós, mais uma vez ...

Leio no Farol das Artes:

"(...) a compra de aeronaves e a dispensa obrigatória dos funcionários públicos que são bombeiros para irem combater os incêndios.
A primeira destas medidas só peca por tardia, vem aliás com um atraso de décadas, como é que um país compra submarinos para combates virtuais e não possui uma única aeronave de combate a incêndios ? (...)
"

Já se pensou que o custo de ter, manter e operar estes tipos de recursos, a médio e longo prazo, é superior ao quanto custa alugar temporariamente a sua utilização?

Em relação aos submarinos, a comparação, a meu ver, é um pouco demagógica. Não que tenha assim tanta simpatia pela instituição em causa nem pelos submarinos adquiridos. O que é certo, é que essa instituição tem uma função importante para o país (credibilidade externa, defesa contra ameaças externas, etc.) e os submarinos (por incrível que pareça) foram as opções (sempre criticáveis, é certo) escolhidas pela referida instituição com o intuito de realizar a sua missão. A opção foi feita e ao que parece está a ser concretizada. Consequentemente, o país, isto é, todos nós, devíamos assumir essa instituição e respectiva missão.

Um pequeno à parte - talvez seja exagerado da minha parte, mas sempre que alguém utiliza o argumento "em vez dos submarinos podia-se ...", oiço uma campainha de alarme a tocar - eu bem sei que os recursos são finitos (e mais escassos que gostaríamos de admitir) e quando se gasta num lado não se pode utilizar noutro, mas há limites.

E porque não deixar de subsidiar o eterno e recorrente plantar de árvores e deixar para os proprietários o principal mecanismo da responsabilização pela gestão "mais correcta" da floresta? E já agora, porque não contratar com entidades o combate aos fogos, pagando proporcionalmente, não pelo tempo e recursos utilizados no combate, mas sim proporcionalmente à área não antigida em relação ao inicialmente contratado? Reduziam-se significativamente os incentivos à eternização do problema!

Mas muito melhor que eu, aconselhava uma leitura da excelente discussão sobre este assunto, a anos luz do inenarrável espectáculo das nossas televisões e jornais, que decorre no Blasfémias. Sugiro pelo menos a leitura dos seguintes posts:

O paradoxo da falta de meios (reposição);

Portugal arde (reposição*);

Portugal tem floresta a mais II;

3 soluções;

Estado máximo, cobertor curto, pés frios II (e restantes posts da série "Estado máximo, cobertor curto, pés frios").

Para concluir, e que tal: "(...) Numa região onde as casas são construídas totalmente em madeira, as autoridades aprenderam há muito que levar a sério a prevenção de incêndios é a única solução aceitável. Nos anos que ali morei nunca conheci ninguém que não limpasse a mata. (...)" via Rua da Judiaria? Uma pequena grande medida para certas zonas do país!? Uma medida do tipo fiscalizador em oposição ao tipo interventivo mais facilmente concretizável pelo estado (mas apenas a nível local/regional)?

Desculpem lá o desabafo, mas isto já "chateia" de tanto ouvir falar do assunto (imagino o que sentirá quem é directamente afectado!).

25 agosto 2005

Música de e no Verão ...

Para acompanhar as férias, neste mês de Agosto, estou a ouvir o álbum "Au Sourire de l´âme" do cantor e guitarrista Pep. Podem ouvir alguns excertos aqui.

Música alegre e muito "fresca". Mesmo a combinar com a estação do ano!

Deste álbum, a minha preferida é:

Liberta


Tu sais qu'il y a un bateaux qui mène au pays des rêves
Là-bas où il fait chaud, où le ciel n'a pas son pareil
Tu sais qu'au bout cette terre
Oh oui les gens sèment
Des milliers d'graines de joie où pousse ici la haine
On m'avait dit p'tit gars
Là-bas on t'enlève tes chaînes
On te donne une vie
Sans t'jeter dans l'arène
Comme ici tout petit après neuf mois à peine
On te plonge dans une vie où tu perds vite haleine
Alors sans hésiter
J'ai sauté dans la mer
Pour rejoindre ce vaisseau
Et voir enfin cette terre
Là-bas trop de lumière
J'ai dû fermer les yeux
Mais rien que les odeurs
Remplissaient tous mes voeux

Refrain

I just wanna be free in this way
Just wanna be free in my world
Vivere per libertà
Vivere nella libertà

Alors une petite fille aussi belle que nature
Me pris par la main et m' dis suit cette aventure
On disait même, oh oui que la mer l'enviait
Que la montagne se courbait pour la laisser passer
Elle m'emmena au loin avec une douceur sans fin
Et ses bouclettes dorées dégageaient ce parfum
Qui depuis des années guidait ton chemin, mon chemin, le chemin

Refrain

Pour arriver enfin à ces rêves d'enfants
Qui n'ont pas de limites comme on a maintenant
J'ai vu des dauphins nager dans un ciel de coton
Où des fleurs volaient caressant l'horizon
J'ai vu des arbres pousser remplaçant les gratte-ciel
J'ai vu au fond de l'eau une nuée d'hirondelles

24 agosto 2005

Que vírus atacou a blogosfera?!

O que se anda a passar na blogosfera? Serão os efeitos da silly season? Ou anda para aí um vírus maluco? Serão os factores de influência ou as estatíticas?

Já lhes perdi a conta. Num curto espaço de tempo acabaram: Jaquinzinhos, Aviz, Quartzo, Feldspato & Mica, Fora do Mundo, Terras do Nunca e agora o Lóbi do Chá anuncia "preparativos para riscar a blogosfera da agenda"! Tá mal!

O que é que se passa? Bush prepara-se para invadir a blogosfera?! ;)

P.S.: Por favor, a quem de direito, desliguem a música ou o vídeo automáticos nos blogues! Será que foi isto que tem afugentado tão boa gente?

23 agosto 2005

A ler sobre "A Ilha" ...

Sobre o filme A Ilha podem ler aqui uma análise interessante.

A Ilha


A Ilha, filme de Michel Bay, com interpretação de Ewan McGregor (sempre bem) e Scarlett Johansson (linda e boa!). Este dois jovens são produtos de uma corporação que para ganhar dinheiro dedica-se a produzir órgãos humanos. Ou seja, através da "fabricação" de clones de pessoas que investem muito dinheiro para assim garantir a sobrevivência. O clone poderá, inclusive, funcionar como um seguro.

Um dia, Lincoln Six Echo (Ewan McGregor), começa a ter dúvidas sobre o que o rodeia. Porque raio têm todos que se vestir de branco? Para onde vai o produto do trabalho que realizam? Como é que continuam, de vez em quando, a aparecer pessoas vindas de fora da comunidade? As dúvidas aumentam quando numa saída a um sector proibido encontra um besouro. Tudo se complica quando descobre que o local para onde todos sonham ir, A Ilha, local que escapou à omnipresente "contaminação", não é o que esperavam que fosse!

É um filme cheio de acção, às vezes exagerada, e com demasiados lugares comuns. Muita acção e pouca filosofia. Apresenta a técnica da clonagem como um bicho papão, apenas ao serviço do lucro. Mas porque motivo nunca se fala de todas as outras situações em que a clonagem poderá servir como ferramenta para resolver casos (humanos) que actualmente não têm esperança? E já agora, para além da perspectiva do clone, que tal também ilustrar a perspectiva do sujeito clonado?!

De qualquer maneira, penso que valerá a pena ver este filme de ficção científica. Serve de aperitivo para o muito aguardado "The Hitchhiker's Guide to the Galaxy" ...

21 agosto 2005

Homem Branco Homem Negro

Peça de teatro que nos obriga a reflectir sobre os nossos preconceitos numa sociedade cada vez mais multicultural. Um homem branco, anti-racista militante, que cola cartazes com slogans contra o racismo. Afirma-se tão anti-racista, que não quer que em sua casa trabalhe nenhuma cabo-verdiana!?

O homem negro só quer ser feliz com a sua família e apresenta uma visão da vida desprovida de ódio racial. Mas o homem branco não desiste e continua a chamar a atenção do homem negro para situações, que na sua perspectiva, são puramente raciais. O conflito entre os dois torna-se inevitável.

Homem Branco Homem Negro é uma peça de Jaime Rocha vencedora do Grande Prémio de Teatro Português SPA - Teatro Aberto 2004, com encenação de João Lourenço.

17 agosto 2005

Casa da Música

A Casa da Música vai estar encerrada até Setembro para afinação acústica. Com tantos milhões gastos, não deveria estar tudo afinado?

16 agosto 2005

Leituras de Verão

Acabei de Ler O Último Cabalista de Lisboa de Richard Zimler, publicado pela Quetzal Editores. Era um livro que quando saiu, em 1996, fiquei de ler.

Resumidamente, a história passa-se em 1506, sob o reinado de D. Manuel I, durante as celebrações da Páscoa, quando cerca de dois mil cristãos novos são espancados e atirados às fogueiras no Rossio. Abraão Zarco, mestre cabalista e iluminador aparece morto, com a garganta cortada por um shohet, junto de uma jovem rapariga. O livro transporta-nos pela cidade de Lisboa, através das investigações de Berequias Zarco, sobrinho de mestre Abraão. Berequias é ajudado, nas investigações da morte do seu tio, pelo amigo Farid. O livro para além de nos apresentar um glossário dos termos utilizados em hebraico, descreve-nos de forma intensa as perseguições e as torturas de que os judeus foram alvo.

Neste livro realço a perseguição em massa feita aos cristãos novos, a indiferença das autoridades e a conivência da população. Muitos dos cristão novos foram perseguidos porque foram denunciados por pessoas próximas, vizinhos ou amigos. Que interesse ou que ódio move alguém a denunciar uma pessoa com quem se estabelece laços de amizade, com quem se conviveu? Como é que nos deixamos de respeitar enquanto seres humanos? Como é que nos deixamos cegar por factores religiosos ou económicos? É essa a nossa natureza?! Infelizmente outros acontecimentos históricos têm confirmado esta realidade.

12 agosto 2005

Os Coristas

Uma das muitas vantagens de se estar de férias, é poder ver os filmes que não tivemos oportunidade de ver no cinema. Um desses filmes é Os Coristas (Les Choristes) de Christophe Barratier.

«Clément Mathieu (Gérard Jugnot), um professor de música desempregado, aceita trabalho como supervisor num colégio interno para reeducação de menores. Apesar da sua boa vontade, o sistema repressivo aplicado por Rachin (François Berléand), o actual director, impossibilita Mathieu de exercer a sua autoridade sobre os alunos mais problemáticos. A sua missão de ensinar parece condenada ao fracasso, mas ao familiarizar as crianças com a magia do canto, Mathieu vai transformar para sempre as suas vidas.»

É um filme cheio de sentimentos que reforça a importância do papel dos professores. A música é excelente. "A não perder, disponível em qualquer clube de vídeo perto de si!"

10 agosto 2005

Parabéns!

Parabéns aos nossos medalhados nos Mundiais de Atletismo de 2005:

Susana Feitor
( de Rio Maior!,
"yeeeesss" ... )Rui Silva

Saraband

Saraband é um filme de Ingmar Bergman, simplesmente genial.

«Trinta anos passaram desde que Marianne e Johan se separaram. Mas quando Marianne sente que ele precisa dela, decide visitá-lo na velha casa de campo onde vive. Apesar de todos estes anos sem se verem, entre os dois a cumplicidade não esmoreceu. Marianne conhece o filho de Johan, Henrik, e a filha deste, Karin. E muito rapidamente compreende que Henrik tem um amor possessivo pela filha e que Johan só sente ódio e desprezo pelo filho. Poderá a presença de Marianne trazer um pouco de serenidade a esta família atormentada?»

Para alguns pode parecer um pouco parado, mas vale a pena. Estejam atentos à música.

09 agosto 2005

Um Contra Todos

Hoje, dez da noite, em frente à televisão. Só vale a pena ver, para além do telejornal da 2, o Um Contra Todos. Parabéns José Carlos Malato.

Vera Drake


Adorei ocupar esta tarde, das minhas férias, com o filme Vera Drake do realizador inglês Mike Leigh.

A história passa-se nos anos 50, em Inglaterra, onde o aborto era proibido e punido com pena de prisão. Vera Drake, é uma mulher simples, esposa e mãe de família, que ganha a vida fazendo limpezas em casa de senhoras. Para além disso, ajuda as jovens a resolver os seus problemas. Não cobra nada por essa ajuda. Fá-lo porque acredita que aquelas jovens necessitam de ajuda e que ela as pode ajudar.
Esse é o seu segredo. Mas quando um dia, durante a festa de noivado da filha, a polícia bate à porta, o seu mundo desmorona-se.

Filme intenso e que não nos deixa indiferentes perante este tema, até porque nos dá, através das personagens, mais do que uma visão do tema.
E nós? Quanto mais tempo necessitam os nossos governantes para perceber que o problema não se resolve proibindo e condenando? Mais 50 anos? Baaahhh!!!

08 agosto 2005

Férias em Lisboa no mês de Agosto

Antes do mês de Agosto, costumo traçar objectivos para as minhas férias. Esses objectivos costumam passar por: Ler mais; ver mais cinema, ir à praia, tentar aproveitar ao máximo um mês em que não tenho que ir trabalhar.
Mas nestes dias de grande calor, acho que sou muito exigente, as férias foram feitas para descansarmos ...

05 agosto 2005

O flagelo dos Incêndios

24 incêndios contabilizados hoje no nosso país! Assutador no mínimo.

Pergunto-me:
- Como é que é possível todos os anos, no verão, acontecerem tantos incêndios?
- O que é que é feito, ao longo do ano, para prevenir esta catástrofe?
- Como é que se continua a cometer os mesmos erros em matéria de incêndios?
- Se as causas dos incêndios estão identificadas, do que é que se está à espera? O que é que se passa neste país?

Precisam-se medidas urgentes para que a nossa floresta não seja um monte de cinzas!

04 agosto 2005