30 maio 2006

Feira do Livro

Ontem fui à Feira do Livro. Achei-a fraquinha. Menos expositores e poucos visitantes.

Para mim, a feira já não tem o encanto que teve. Desde que entrou no mercado a Fnac, as coisas mudaram.

Tenho ideia que os preços na feira não são muito diferentes das nossas boas livrarias. No entanto, continua a valer a pena os livros do dia, as sessões de autógrafos e as actividades (lançamento de livros, debates, etc...).

Em relação ao espaço da feira, as obras no início do Parque, junto ao Marquês, quando é que terminam? É que já chateia.

29 maio 2006

Verona - a cidade da Julieta

Saí de Bolonha, de comboio, para Verona no dia 1 de Maio de 2006. Fiz o percurso a pé até ao centro da cidade. A cidade estava cheia de gente. Havia uma corrida júnior.

Entrada com a Torre - os Portoni della Bra com a torre Pentágono. Passando esta entrada, encontramos o anfiteatro romano e uma praça cheia de cafés.


Estátua de Berto Barbarani, poeta, 1872-1945.

A Via Cappello, era o meu destino. Queria visitar a Casa da Julieta.


É esta a entrada da Casa da Julieta. Havia um mar de gente a entrar. Muitos, muitos turistas.


As paredes da entrada estão cheias de mensagens de amor.

O famoso balcão. A fila para entrar para o balcão, era superior à fila da bilheteira. Muitas são as pessoas que querem ser fotografadas ali.


Vista da casa, de uma das janelas.


Interior da casa.


O quarto de Julieta.


Estátua de bronze de Julieta, obra de N. Costantini. É curioso a quantidade de pessoas que tiram fotos junto da estátua de Julieta.

É tradição as pessoas tirarem a foto com a mão na maminha da Julieta. Reparem que até está um pouco gasta.


Museu de Verona, entrada. Busto de William Shakespeare.

O túmulo de Julieta.

Em Verona, muito ficou para ver....

18 maio 2006

O próximo romance de Pedro Vasconcelos

Ontem, assisti a uma palestra/conversa do escritor Pedro Vasconcelos, que editou o ano passado o seu primeiro romance, 1613.

Pedro Vasconcelos revelou-nos a sua paixão pela leitura, lê 5 a 6 livros ao mesmo tempo, lê em qualquer lugar, até nos semáforos. Está, presentemente a ler Padre António Vieira e os Judeus. Esta obra enquadra-se na preparação do próximo romance, que se irá intitular 1621.

Ao longo da conversa o escritor falou-nos de 1613, como foi construindo a obra e as personagens. Revelou-nos também alguns pormenores do seu próximo romance, que sairá em Novembro e dos seus projectos, pretende escrever um livro por ano.

Em relação ao próximo livro, sabemos que Nenu irá morrer, mas mais nada, nem como, nem porquê. O facto de Nenu morrer, não significa que deixará de condicionar ou de intervir no romance. Ela, antes de morrer irá ser amaldiçoada, e transforma-se numa "sucubus". "Sucubus" é uma entidade feminina que tenta os homens nos sonhos.

Miguel, o filho de Nenu irá surgir no romance como protegido do Padre António Vieira, personagem histórica por quem Pedro Vasconcelos nutre uma enorme admiração e interesse. Promete muita acção de "capa e espada" e romance, obviamente.

Pedro Vasconcelos tem os ingredientes para se destacar na literatura portuguesa. Procura conciliar personagens e acontecimentos da nossa história, polvilhados de magia/feitiçaria/sonho, objectos etnográficos (máscaras, armas, etc), aspectos das culturas locais e muita imaginação. Mas, o mais importante de tudo é que nos faz sonhar.

14 maio 2006

Veneza

Veneza, 30 de Abril de 2006 às 16h04.

Fui a Veneza num domingo. Fiz a viagem de comboio, partindo de Bolonha. Quando cheguei senti que não fui convenientemente agasalhada. Estava frio e parecia prestes a chover.

Tinha de Veneza, a ideia de uma cidade romântica, bonita. A expectativa era grande.

As ruas estavam cheias de gente. Às vezes ouvia falar português, o que, inexplicavelmente, me alegrava.

Encontrei várias lojas com as famosas máscaras e muitos objectos de Murano.

Em Veneza, as ruas são canais. Os taxis são barcos. Não ouvi os gondoleiros a cantar. Mas fiz a travessia, de um dos canais, de Gondola.

Não me aprecebi que Veneza cheirasse mal. Gostei do colorido dos edifícios, embora algumas fachadas apresentem sinais de degradação.

Como não podia deixar de ser, em Veneza também se come muito bem.

Veneza, 30 de Abril de 2006 às 12h21.


Veneza, 30 de Abril de 2006 às 14h25.


Veneza, 30 de Abril de 2006 às 11h04.

Veneza, fachada da Basílica de S. Marcos, 30 de Abril de 2006 às 14h52.

Não visitei a Basília. A Praça de S. Marcos estava cheia de gente. A fila de pessoas para entrar na Basílica parecia não ter fim. Talvez, quem sabe, para a próxima ...

09 maio 2006

Finalmente, Frida Kahlo

A Coluna Partida, 1944.

No domingo, finalmente consegui ir a uma visita guiada à exposição de Frida Kahlo, no CCB. Está a ter imensos visitantes. A primeira vez, logo no primeiro fim-de-semana da exposição, que tentei ir à visita guiada, deparei-me com uma fila quase interminável para entrar e a visita guiada já estava completa.

Gostei da exposição. A visita guiada ajudou-me a comprender a importância da morte na cultura mexicana, o contexto histórico do México, as roupas de Frida e o modo como os acontecimentos da sua vida pessoal se evidenciam nas suas obras. Um dia gostaria de visitar a Casa Azul.

Muitos dos seus quadros transmitem dor. Um sofrimento físico tremendo. Uns evidenciam a dor resultante das operações à coluna e a recuperação, a traição da sua irmã, os abortos e a solidão. No entanto, Frida demonstra também muita força interior. Muita coragem para enfrentar as adversidades. Foi uma grande mulher!

06 maio 2006

Sala Borsa, um espaço de cultura


Bolonha, Itália, 26 de Abril de 2006 às 15h28.


Bolonha, Itália, 26 de Abril de 2006 às 15h21.


Bolonha, Itália, 26 de Abril de 2006 às 15h24.


Bolonha, Itália, 26 de Abril de 2006 às 15h25.


Bolonha, Itália, 28 de Abril de 2006 às 10h04.


Junto à Fonte de Neptuno, encontramos a Sala Borsa. Um espaço fantástico. Com biblioteca, livraria, cafés, espaço internet e restaurante .

Uma parte do chão é de vidro, através do qual podemos ver vestígios de construções romanas.

À esquerda, de quem entra no edifício, temos uma homenagem a muitos homens e mulheres que fizeram frente ao fascismo.

Da minha curta estadia em Bolonha, foi dos espaços de que mais gostei. Na sexta-feira, 28 de Abril, houve greve de autocarros e choveu imenso toda a manhã. Abriguei-me aqui, tomei um café e comprei um souvenir.

Bolonha, cidade dos pórticos

Bolonha, Itália, 28 de Abril de 2006 às 08:52

Bolonha deve ser a única cidade do mundo com tantos pórticos. Em quase todas as ruas há pórticos. A subida para o santuário de S. Luca tem 4 Km seguidos de pórticos.

05 maio 2006

A globalização da cultura

Na passada quarta-feira, assisti à palestra "A globalização da cultura" pelo jornalista Hernâni Carvalho, no auditório do INETE.

Na conversa, Hernâni Carvalho referiu que a globalização é a uniformização de todos pelos piores motivos. Que hoje em dia, ver um telejornal, em Portugal, França, Alemanha sobre, por exemplo, o Irão é exactamente a mesma coisa. O mundo Ocidental está a ficar formatado da mesma maneira.

Falou-nos da sua experiência em Timor. Considera que os jornalistas portugueses fizeram um bom trabalho no terreno, dando uma visão de todas as partes envolvidas. Criticou o modo como se tenta uniformizar as realidades, referindo que, na altura, encontrou uma professora portuguesa, em Timor, e que esta se sentia desiludida. Tinha que ensinar Português a partir de um livro que mostrava uma realidade que os meninos timorenses desconheciam. Tinha textos que referiam comboios, metro, neve, hamburgueres, etc...

Falou-nos da informação e da contra-informação, do modo como as agências internacionais controlam/dominam a "verdade" dos factos e como, muitas vezes, os jornalistas sofrem pressões na realização do seu trabalho. Cabe ao consumidor pensar e reflectir sobre o que lê nos jornais e vê na televisão. Apenas temos acesso a uma visão dos factos, que pode até nem ser a mais verosímil.

Confirmou que os excertos das notícias da Al Jazeera, são traduzidas do inglês para Português e que não há uma confrmação daquilo que é dito em árabe. A mim, isto diz-me muito daquilo que acontece no mundo da informação. E o que mais me aborrece é que, muitos de nós, consumimos tudo o que aparece na televisão como uma verdade absoluta.

Hernâni Carvalho, contou-nos algumas histórias da sua vida profissional, dos sustos enquanto jornalista de guerra, de algumas situações difícies, dos guias e da relação que se estabelece, e de algumas atitudes de solidariedade dos nossos jornalistas. Falou de um modo interessante e sem pretensiosismos. Adorámos.

03 maio 2006