Na passada quarta-feira, emprestaram-me o livro 1613 de Pedro Vasconcelos. Sobre o autor tinha poucas referências, mas muita curiosidade por ouvir falar quem já leu o livro.
O romance começa com o julgamento de D. Manuel Álvares, em Goa. Sobre ele pesa a acusação injusta de ter entregue o Forte de Solor, nas Índias Orientais, aos holandeses.
D. Manuel tudo fez para lutar contra os holandeses e defender o forte. Com poucos homens e poucas munições recorreu à imaginação. Como estratégia usou água quente que lançou sobre os invasores, usou cabeças de aves trazidas e enfeitiçadas pelo curandeiro Molan, esfregou o barco, dos invasores, com uma pasta, feita a partir da planta Karlele, que dava muito comichão. Mas estas artimanhas não são suficientes para travar a força dos holandeses.
Ao lado de D. Manuel encontramos a princesa Nenu. Sobrinha do velho Gunnung, chefe de uma aldeia indígena, que não vê com bons olhos o relacionamento da sobrinha com o português.
D. Luís de Abreu, homem de poucas palavras, foi em tempos um jogador compulsivo a que a necessidade obrigou a enveredar pela carreira militar. É o braço direito de D. Manuel no forte.
Entre os holandeses encontramos o comandante Appolonius Scotte, o almirante Van de Velde, homem cruel e ambicioso, e Peter Cornellius, um verdadeiro esgrimista. Peter, encontra em D. Manuel um adversário à altura, não pela arte de manejar a espada, mas pela criatividade de resolver os confrontos.
Nenu tenta ajudar D. Manuel e pede ajuda ao feiticeiro Buan, pois não cumpriu a promessa que tinha feito ao curandeiro Molan. Depois de cumprir a missão que o feiticeiro Buan exigiu, esta é raptada pelos holandeses.
D. Luís depois de ferido procura suicidar-se no mar. Mas Nenu, consegue fugir e encontra ainda vivo D. Luís, que irá ter um destino fora do comum e fundamental no desenrolar da história.
D. Manuel perde a sua amada e foge, ajudado pelo Frei Belchior. Homem religioso, consciente da importância das outras religiões e um fervoroso leitor.
Ajudado pelo padre Jaime, um grande bibliófilo e fabricante de venenos, D. Manuel procura falar com o vice-rei. Este com o intuito de mostrar o seu poder e de ouvidos cheios, por um soldado que fugiu de Solor e que acusou D. Manuel de pactuar com os holandeses, manda-o prender.
Em Goa, D. Manuel viu-se em grandes trabalhos. Preso e acusado. Sem dinheiro, longe da sua amada Nenu e ainda o compromisso de se tornar um «casado de Goa». Mas nem tudo está perdido. Há forças superiores à vontade dos homens. Nenu e Frei Belchior irão ajudar ...
"1613" é um romance cheio de surpresas. Muita acção e aventura através do reencontro de dois amantes numa viagem de culturas, diferenças religiosas, conventos, livros, feitiçaria, poderes ocultos e a fuga à Inquisição.
Das personagens, simpatizo particularmente com Frei Belchior. Um homem inteligente, astuto e culto.
"1613" é o primeiro romance de Pedro Vasconcelos. Gostei da escrita, da dinâmica do romance, da criatividade, das referências às diferentes armas e às línguas locais.
A nossa história é tão grandiosa. "Dêmos novos mundo ao mundo", temos figuras ímpares, de certo com tanto para se dizer sobre elas, e temos tão poucos romances sobre os nossos feitos. Espero que "1613" seja apenas o começo para que o romance histórico português ganhe alento.
O romance começa com o julgamento de D. Manuel Álvares, em Goa. Sobre ele pesa a acusação injusta de ter entregue o Forte de Solor, nas Índias Orientais, aos holandeses.
D. Manuel tudo fez para lutar contra os holandeses e defender o forte. Com poucos homens e poucas munições recorreu à imaginação. Como estratégia usou água quente que lançou sobre os invasores, usou cabeças de aves trazidas e enfeitiçadas pelo curandeiro Molan, esfregou o barco, dos invasores, com uma pasta, feita a partir da planta Karlele, que dava muito comichão. Mas estas artimanhas não são suficientes para travar a força dos holandeses.
Ao lado de D. Manuel encontramos a princesa Nenu. Sobrinha do velho Gunnung, chefe de uma aldeia indígena, que não vê com bons olhos o relacionamento da sobrinha com o português.
D. Luís de Abreu, homem de poucas palavras, foi em tempos um jogador compulsivo a que a necessidade obrigou a enveredar pela carreira militar. É o braço direito de D. Manuel no forte.
Entre os holandeses encontramos o comandante Appolonius Scotte, o almirante Van de Velde, homem cruel e ambicioso, e Peter Cornellius, um verdadeiro esgrimista. Peter, encontra em D. Manuel um adversário à altura, não pela arte de manejar a espada, mas pela criatividade de resolver os confrontos.
Nenu tenta ajudar D. Manuel e pede ajuda ao feiticeiro Buan, pois não cumpriu a promessa que tinha feito ao curandeiro Molan. Depois de cumprir a missão que o feiticeiro Buan exigiu, esta é raptada pelos holandeses.
D. Luís depois de ferido procura suicidar-se no mar. Mas Nenu, consegue fugir e encontra ainda vivo D. Luís, que irá ter um destino fora do comum e fundamental no desenrolar da história.
D. Manuel perde a sua amada e foge, ajudado pelo Frei Belchior. Homem religioso, consciente da importância das outras religiões e um fervoroso leitor.
Ajudado pelo padre Jaime, um grande bibliófilo e fabricante de venenos, D. Manuel procura falar com o vice-rei. Este com o intuito de mostrar o seu poder e de ouvidos cheios, por um soldado que fugiu de Solor e que acusou D. Manuel de pactuar com os holandeses, manda-o prender.
Em Goa, D. Manuel viu-se em grandes trabalhos. Preso e acusado. Sem dinheiro, longe da sua amada Nenu e ainda o compromisso de se tornar um «casado de Goa». Mas nem tudo está perdido. Há forças superiores à vontade dos homens. Nenu e Frei Belchior irão ajudar ...
"1613" é um romance cheio de surpresas. Muita acção e aventura através do reencontro de dois amantes numa viagem de culturas, diferenças religiosas, conventos, livros, feitiçaria, poderes ocultos e a fuga à Inquisição.
Das personagens, simpatizo particularmente com Frei Belchior. Um homem inteligente, astuto e culto.
"1613" é o primeiro romance de Pedro Vasconcelos. Gostei da escrita, da dinâmica do romance, da criatividade, das referências às diferentes armas e às línguas locais.
A nossa história é tão grandiosa. "Dêmos novos mundo ao mundo", temos figuras ímpares, de certo com tanto para se dizer sobre elas, e temos tão poucos romances sobre os nossos feitos. Espero que "1613" seja apenas o começo para que o romance histórico português ganhe alento.
5 comentários:
Sim, tb gostei do Peter. Seria interessante ver a continuação do romance. Há ali muito potencial.
Depois do que li neste post, fiquei muito curiosa para ler este livro.
Marta, se tiveres oportunidade lê. Vais adorar. É daqueles livros que nos "agarram" do princípio ao fim.
1613 tem várias "virtudes", algumas já enunciadas, outras que deixo ao cuidado de futuros leitores. A minha personagem favorita é Frei Jaime. Gosto de personagens ousadas, brilhantes, visionárias. Frei Jaime é isto e muito mais. São particularmente iluminados os diálogos que mantém com D. Manuel. Muito se aprende com as suas palavras, numa época que tem muito pouco de tolerância e de ecumenismo. De um lado a negridão dos julgamentos do Santo Ofício, do outro, a fantástica percepção do que é humano e edificador.De facto, há figuras tão grandiosas na nossa História, masculina e femininas, umas ilustres desconhecidas, que há matéria para desafiar outros bons escritores a dar voz a esses pensamentos.
Gostei muito de ler 1613. A começar pela capa... A leitura começa pelo olhar...
Entre tantas personagens, não me escolheram a mim? Sou um exemplo fantástico de visão, de determinação, de autoconfiança... Sem mim, a história não fazia nenhum sentido. Nenu é a personagem principal de 1613! Sou eu que crio os enredos e que entrelaço as diferentes situações... É por mim que D. Manuel sofre uma profunda transformação.. É por mim que o Ocidente encontra o Oriente...
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